Existem brinquedos específicos para crianças autistas?
A gente frequentemente recebe essa pergunta por direct, e-mail e em nossa loja física. Afinal, a cada dia, mais pais e responsáveis por crianças que vivem no Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) vêm buscando recursos para promover seu bem estar e desenvolvimento.
A Ludutopia abraçou o desafio de contribuir com a vida dessas crianças, não apenas selecionando brinquedos diferenciados, mas também conversando com especialistas para entender como abordar o assunto em nossos atendimentos.
E aqui vão algumas conclusões importantes…
O autismo não deve ser encarado como um fator limitante. Pessoas no espectro têm habilidades, potências e dificuldades completamente únicas.
Por isso, não existe fórmula!
Assim como as crianças neurotípicas, crianças autistas podem gostar muito de um determinado tema ou estímulo e não se interessar por outro.
O autismo é uma característica que não define a escolha dos brinquedos. Afinal, antes de ser um autista, o brincante é uma criança.
Perguntar que tipo de brinquedo uma criança autista pode gostar é o mesmo perguntar que tipo de comida um adulto de cabelos ruivos pode gostar.
Por isso, em vez de perguntar “que brinquedo uma criança autista vai curtir?”, que tal perguntar “que brinquedo essa criança vai curtir?”.
A evolução da criança é única. Por isso, é preciso olhá-la com empatia, pensando em suas características pessoais.
Ela tem facilidade de expressão? Que tal um brinquedo lúdico, como um fantoche?
É agitada e tem vigor físico? E se pensássemos em um jogo de ação?
Ama meios de transportes em geral? Opa, será que esse não é um indicativo para escolher o tema?
Outra dica é conversar com os profissionais que acompanham essa criança para entender que estímulos podem estar sendo trabalhados no processo terapêutico.
Brinquedo eletrônico pode?
Ao longo dos anos, a indústria de brinquedos aprimorou a atratividade de seus produtos introduzindo recursos como luzes e sons em produtos eletrônicos.
Essas características, aplicadas para cativar os consumidores, podem acabar tendo um efeito contrário em crianças autistas com sensibilidade a determinados estímulos sensoriais.
Se você está buscando um brinquedo para uma criança com quem não convive de perto, vale conversar com seus responsáveis sobre questões sensíveis que devem ser evitadas, como tolerância a barulhos e outros tipos de desconforto.
Escolhi com carinho e a criança não gostou, e agora?
Se você tomou todos os cuidados e esperava que a aceitação de um presente acontecesse de outra forma, não se sinta culpado, nem entenda o desinteresse como frescura.
Seja paciente. O que hoje não atrai a criança pode virar seu brinquedo favorito daqui a algum tempo.